Vai desta terça a sexta-feira (19 a 22/3) a 7ª Semana do Artesão Mineiro, com atividades totalmente gratuitas em Belo Horizonte, Sacramento, no Triângulo Mineiro, e Resende Costa, no Campo das Vertentes.
Na programação, organizada pelo Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Sede-MG), em parceria com a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG) e o Sebrae Minas, estão previstas oficinas, palestras e entregas de carteiras.
Um dos destaques da programação é a exposição “São José – o Artesão”, sediada no Palácio da Liberdade, que receberá peças em homenagem ao santo. A exposição começa nesta quarta-feira (20/3) e vai até o dia 31/3.
De acordo com o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio, o evento é oportunidade para ampliar o reconhecimento do artesanato mineiro, impulsionando uma atividade econômica fundamental para mais de 300 mil cidadãos no estado.
“Para o Governo de Minas, a valorização do artesanato mineiro é de suma importância. Por isso, nossas ações são no sentido de melhorar o ambiente de negócios, capacitar os artesãos e promover o acesso a mercados, não só nacionalmente, mas também internacionalmente. Promover o empreendedorismo por meio da arte é manter a tradição da nossa cultura, gerando emprego e renda para os mineiros”, explica.
Retomando origens
O Dia do Artesão foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em todo o mundo no dia 19/3, data consagrada a São José, por ser considerado o padroeiro do ofício.
Retomando as origens, o tema da exposição deste ano é uma reedição do evento que foi sucesso em 2005. Na oportunidade, a curadoria foi feita pelo saudoso escritor mineiro Bartolomeu Campos de Queiroz.
Neste ano, Joana Lobato, artesã de Lagoa da Prata, reencontra a exposição que possibilitou o seu primeiro contato com as ações do Governo de Minas para o artesanato mineiro.
“Em 2005, fui convidada para participar da exposição ‘São José – o Artesão’ e, agora, 19 anos depois, volto a ser convidada, mas de uma forma mais especial. O meu trabalho vai ficar exposto no Palácio da Liberdade, que é um lugar que sempre admirei, mas nunca nem entrei. Vai ser uma emoção única”, relata.
Outro artesão mineiro que, quase 20 anos depois, novamente integrará a exposição em homenagem a São José é Detimar Ferreira. Devoto de São José, o belorizontino ficou alegre ao saber de mais essa oportunidade, que é um espaço privilegiado para que as pessoas tenham acesso à arte.
“Por meio do meu trabalho, ao longo dos anos, pude ajudar toda a minha família, e isso é muito gratificante. Com esse apoio do governo, a gente pode ter uma renda e levar a vida a diante”, conta o artesão.
Além deles, mais de 50 artesãos de 32 municípios em diversas regiões do estado também foram selecionados, totalizando 70 obras na exposição. Como explica o diretor de Artesanato Mineiro da Sede-MG, Thiago Tomaz, neste ano, a seleção foi feita por meio de um questionário virtual, permitindo o amplo acesso a todos os artesãos mineiros.
“Para nossa surpresa, tivemos um número muito expressivo de interessados, envolvendo as mais diversas matérias-primas e tipologias do nosso artesanato mineiro, sem contar na variedade geográfica, contemplando diversas regiões do estado”, relata.
Além da programação da 7ª Semana do Artesão, a exposição “São José – o Artesão” também integra a agenda do Minas Santa, ação da Secult-MG para promover as atividades da Semana Santa em Minas Gerais.
Promoção de renda
Além de ser um espaço destinado à promoção da arte e da cultura mineira, a exposição será oportunidade de geração de renda para os artesãos. Isso porque todas as peças estarão disponíveis para a comercialização após o evento.
“Ter um programa exclusivo para o artesanato em Minas faz com que muitas pessoas consigam complementar renda e até se manter por meio da atividade. Hoje, o artesanato mineiro virou um patrimônio brasileiro, que encanta a qualquer turista de qualquer lugar do mundo”, conta a artesã Joana Lobato.
Inclusive, visando aumentar a valorização econômica do trabalho dos artesãos mineiros, as peças que, por conta da limitação do espaço, não foram selecionadas para estarem expostas no Palácio da Liberdade, comporão uma vitrine especial da exposição, no Centro de Artesanato Mineiro (Ceart-MG), localizado no Palácio das Artes. Assim, com a inserção do trabalho de mais 30 artesãos, serão mais de 115 peças disponíveis para a comercialização.
“Fomentar o empreendedorismo no artesanato é o único caminho possível para a perpetuação desse trabalho, feito cuidadosamente pelas mãos de mineiros e mineiras e que tanto orgulha nosso estado”, afirma o subsecretário de Liberdade Econômica e Empreendedorismo, Rodrigo Melo.
As atividades da 7ª Semana do Artesão Mineiro contam ainda com as parcerias da Secult-MG, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, da Fundação Clóvis Salgado (FCS), do Ceart-MG, e com patrocínio da Cemig, Centro de Arte Popular (CAP), Federação das Associações de Artesanato de Minas Gerais (FAM), Associação dos Artesãos de Resende Costa, Sicoob Credivertentes e das prefeituras de Resende Costa e Sacramento.
Ações para o artesanato mineiro
A iniciativa em comemoração ao Dia do Artesão ocorre desde 2004.
No entanto, a partir de 2017, o Governo de Minas estendeu a programação por mais dias, envolvendo também outros municípios do estado, lançando a Semana do Artesão.
Por meio da Diretoria de Artesanato Mineiro, subordinada à subsecretaria de Liberdade Econômica e Empreendedorismo, a Sede-MG atua por diversas frentes para expandir a competitividade do artesanato mineiro nacionalmente e promover seu reconhecimento e inserção no mercado internacional.
Além do evento que chega a 7ª edição, destacam-se a promoção de feiras, capacitações, workshops e exposições visando expandir o acesso do artesanato mineiro a novos mercados, favorecendo o escoamento da produção e a inserção em feiras regionais, nacionais e internacionais. Essas iniciativas se destinam a ampliar oportunidades de negócios, gerando emprego e renda.
Para se ter uma ideia, apenas em 2023, houve a inserção de mais de 3,1 mil artesãos mineiros em 26 eventos, gerando o montante de, aproximadamente, R$ 3,4 milhões em peças comercializadas.
Outra iniciativa é a emissão da Carteira Nacional do Artesão, gratuita e criada em 2012, instrumento fundamental para fornecer informações e implantar políticas públicas.
Atualmente, são 11 mil carteiras emitidas para artesãos de 481 municípios, contemplando mais de 56% do estado.
A partir dos dados cadastrados, verifica-se que a atividade corresponde a quase 30% da fonte de renda familiar dos artesãos. Assim, por meio desses registros, é possível oferecer oportunidades de renda e promover a qualidade na produção artesanal, mantendo os artesãos competitivos no mercado.
Confira a programação completa neste link.