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Dourados recorre a equipes extras, dia D e até carro de som para buscar meta de vacinação contra a dengue

Na busca por mais proteção contra a dengue e a validação de resultados do estudo que colocou Dourados à frente na imunização diante do restante do País, a prefeitura da cidade e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) iniciaram um tipo de mutirão com equipes extras nas ruas. De janeiro até agora 50 mil pessoas com idades entre 4 e 59 anos receberam a primeira dose na cidade. Para atingir a meta é preciso ao menos dobrar o número até 30 de abril e a cidade pode ir além porque tem 150 mil doses em estoque. 

Dourados é a única cidade do Brasil com a imunização contra a dengue feita em massa e de graça, por conta de um estudo feito em parceria com o laboratório japonês Takeda Pharma, fabricante da vacina, única aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). 

Unidade móvel de vacinação (Foto: Rede Social)

A data segue os critérios técnicos definidos pelo laboratório, levando em consideração o período entre as duas doses que é de 3 meses. “Dourados está tendo a oportunidade única. Nosso objetivo é atingir essa meta porque essas vacinas [da primeira dose] vencem na primeira semana de maio”, explica o médico infectologista e pesquisador doutor da Fiocruz, Julio Croda, coordenador do estudo.

“Estamos intensificando todas as nossas ações, além daquelas já realizadas nas nossas unidades básicas e na sala de vacinação do PAM, temos 10 equipes volantes para ações ‘extra muro’ de imunização”, explica o secretário municipal de saúde, Waldno Pereira Lucena Júnior.

Carro de som em Dourados (Foto: Rede social)

Até carros de som percorrem bairros chamando a atenção dos moradores. “A ideia é a gente vacinar em locais de grande concentração de pessoas como praças, supermercados, atacadões nos bairros mais periféricos. Garantir que essas pessoas tenham acesso. Além disso parte dessa equipe também será deslocada para grandes empresas. Nós estamos programando o Dia D de vacinação que vai ser no sábado. Todas as unidades de saúde estarão abertas para receber o público para a campanha de vacinação tanto para dengue quanto para influenza”, detalha Croda.

Segundo o laboratório Takeda e a Anvisa, após as duas doses, a pessoa tem proteção por até cinco anos. A vacinação prevê redução das hospitalizações e de mortes decorrentes das infecções pelo vírus da dengue. 

Croda destaca que a imunização é extremamente segura, utiliza uma tecnologia bastante antiga com base em uma plataforma de vírus atenuado: “Essa vacina tem mais de 15 anos de desenvolvimento com elevado nível de segurança. Não existe nenhuma justificativa para que a população desconfie desta vacina”.

Vacinação contra a dengue (Foto: Rogério Vidmantas/Prefeitura Dourados)

Sobre a meta estabelecida para quantidade de pessoas vacinadas, o médico infectologista diz que o estudo já tem dados importantes coletados para poder avançar. “Se a gente não conseguir atingir esse nível de vacinação a gente eventualmente vai estar conseguindo sim realizar a pesquisa, principalmente no que diz respeito a efetividade da vacina. Já para avaliar a imunidade coletiva a gente teria que ter pelo menos de 60% da população imunizada para essa faixa etária, isso eventualmente pode ser que a gente não atinja, mas a pesquisa que avalia segurança e efetividade na vida real a gente pode sim e deve continuar mesmo com esse número mais reduzido de pessoas vacinadas”, garante.

A dengue é uma doença infecciosa febril aguda, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que pode progredir para quadros graves e não existe, até o momento, um medicamento específico para tratamento. Dessa forma, o desenvolvimento de uma vacina segura e eficaz contra os quatro sorotipos virais da dengue – DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4 – é um avanço no campo da imunização e torna-se mais um passo necessário para ampliar as medidas integradas e efetivas para a prevenção e controle da doença.

Vacina QDenga (Foto: Rogério Vidmantas/Prefeitura de Dourados)

Restante de MS – Todas as cidades de Mato Grosso do Sul estão oferecendo a vacinação contra a dengue por meio de doses enviadas pelo Governo Federal, inclusive com faixa etária ampliada do público-alvo por determinação do Governo do Estado. Crianças e adolescentes com idades entre 10 e 14 anos concentram o maior número de hospitalização por dengue, considerando uma faixa etária de 6 a 16 anos. 

Ao todo, Mato Grosso do Sul já recebeu do Ministério da Saúde 73 mil doses do imunizante contra a doença e 32 mil foram aplicadas. São 4.325 casos confirmados este ano no Estado até 30 de março e 10 mortes por dengue, de acordo com o Boletim Epidemiológico mais recente divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde.

Danielly Escher, Comunicação Governo de MS
Foto de capa: Rogério Vidmantas/Prefeitura de Dourados

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