Coluna do Edilson - 300
Não!... Eu não vou escrever sobre os lendários 300 soldados de Esparta, da famosa Batalha de Termópilas. Eu vou discorrer sobre os “300 de Caratinga”, ou seja, as três centenas de pessoas que se lançaram candidatas a conquistar uma das 17 cadeiras da nossa Câmara Municipal.
A quantidade recorde me levou a acreditar que dela fosse possível se extrair um alto percentual de qualidade, posto existir candidatos de todos os níveis sociais e de diferentes faixas etárias, linhas ideológicas, tendências religiosas, grau de instrução e de praticamente todas as profissões.
É importante destacar, ainda, que os “300 de Caratinga” comtemplam a todos os distritos rurais, bairros e regiões da cidade, ou seja, a oferta atende a todos os gostos.
No entanto, todos esses aspectos, que deveriam ensejar a oportunidade de se formar um legislativo municipal de alta competência e qualidade, podem resultar em pouco ou quase nada para a melhoria da atuação da Câmara de Vereadores.
A história tem nos mostrado que a cada eleição a qualidade da Câmara Municipal é inferior à sua antecessora, sendo comum se ouvir, vez ou outra, alguém comentar nas rodinhas de bate-papo ou no bar do cafezinho que “a atual câmara é a pior da história”. As legislaturas vão se sucedendo e a afirmação é mantida, sendo preciso concordar ser ela a pura expressão da verdade.
Desejo muito estar completamente enganado, mas, a Câmara Municipal de Caratinga que tomará posse no dia 1º de janeiro de 2021, para nosso infortúnio, conseguirá a façanha de ser mais inoperante do que a atual.
Para pensar assim, eu me baseio em alguns aspectos, iniciando pelo fato de que 15 dos atuais vereadores estão tentando a reeleição e, infelizmente, parte deles conseguirá tal objetivo, garantindo a continuidade da ineficiência de seus mandatos.
Outro fator está ligado à oferta de novos candidatos, onde a esmagadora maioria não tem a menor capacidade para o exercício da vereança, sendo desqualificada para o cargo. Tenho ouvido e lido as ridículas propostas desses, cheias de frases feitas vazias de conteúdo. Alguns até que são sinceros, mas, certamente, não seriam candidatos se o serviço fosse de graça!
Conforme acredito, se a função de vereador na Câmara de Caratinga fosse um serviço voluntário, sem bônus algum, como era até o final da década de 70, por volta de 80% dos “300 de Caratinga” não estariam na disputa.
Também alimentam a minha convicção aqueles que visam o cargo pelo belíssimo salário, pelas demais benesses da função e pelas possíveis oportunidades de “negociar” apoio aos projetos do prefeito mediante contratação de parentes, aluguel de veículos e outras vantagens. Tudo feito de forma legal, porém imoral!
Entretanto, apesar de tudo que expus acima, a quantidade de nomes possibilita a você fazer a escolha de uma boa pessoa para compor o Legislativo. Afinal, entre os “300 de Caratinga” existem pessoas sérias que, além de honestas, possuem capacidade para desenvolver o trabalho de vereador com competência, justificando cada centavo recebido.
Como identificá-las?... Simples!... Elas não o procurarão apresentando propostas mirabolantes, afinal, elas são sérias e não têm tempo para esses delírios!... Também não virão com promessas de lhe conseguir vantagens, nem tentarão lhe comprar o voto ou trocá-lo por favores!
Elas não serão, necessariamente, da sua família ou de seu rol de amigos. Elas irão lhe olhar nos olhos quando conversarem com você e responderão à suas perguntas com sinceridade, sem o objetivo de lhe agradar com respostas genéricas. Não lhe proporão nem aceitarão acordos espúrios.
O eleitorado de Caratinga tem 300 opções para selecionar os 17 que legislarão sobre o município pelos próximos quatro anos. Só conseguiremos fazer com que a próxima câmara seja das melhores da história escolhendo os 17 melhores dos “300 de Caratinga”.
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