Coluna do Edilson - Terra de Ladrões
Sem a menor satisfação em fazê-lo, inicio esta crônica afirmando, com todas as letras e sem medo de errar, que o Brasil é um país de ladrões.
Sim!... É isso mesmo o que você leu!... E foi isso mesmo o que eu quis escrever! E repito!... O Brasil é um país de ladrões, infiltrado por uma minoria de pessoas que ainda teimam em se manter honestas.
Você não concorda?... Mostre-me, depois, os seus argumentos, pois, na nas linhas que se sucedem em lhe mostrarei os meus!... E o farei torcendo muito para que os seus sejam melhores que os meus.
Seria maravilhoso se as enormes filas que se formam atualmente em frente às agências bancárias, em determinados dias do mês, não fossem para a distribuição de “esmola”, mas, para se distribuir “dignidade” e que, ao invés de R$ 600,00 ou R$ 300,00, estivessem lhe ofertando a oportunidade de um emprego melhor, um salário mais digno, permitindo a cada chefe de família o direito de oferecer uma mesa mais farta e melhor qualidade de vida para os seus.
Mas, lamentavelmente, em um país “gigante pela própria natureza”, como diz o hino, e muitíssimo rico como bem descreveu Caminha ao Rei de Portugal - campeão em produtividade na maioria dos produtos alimentícios-, faltam oportunidades de emprego para milhões de chefes de família. Além disso, o Brasil é um país fértil em pessoas egoístas, gananciosas, oportunistas e de uma classe política para a qual a desonestidade é um pré-requisito.
Por isso, pela grandiosidade de riqueza existente no País, a imagem de pessoas enfileiradas à espera da esmola distribuída pelo Governo Federal, rotulada pelo pomposo nome de “auxílio emergencial”, é um quadro muito triste de se ver.
Mais triste, ainda, é saber que grande parte dessas pessoas, que correm a buscar o dinheiro deste chamado auxílio, não necessita dessa migalha. Para piorar o que considero péssimo, muitos dessa “grande parte” chegam ao descalabro de falsificar documentos e assim receber o que não necessitam e não têm direito, cometendo o ilegal e o imoral.
Ferem meus ouvidos a injustificável justificativa de que “o dinheiro está lá, então eu pego”, em uma confissão de sua corruptibilidade, com a qual se assemelha aos políticos que condena e xinga, afinal, o que praticam, na realidade, é roubo de dinheiro público. E quem rouba é ladrão!
Como torna-se necessário lembrar a quem assim pratica, não é o volume do dinheiro roubado que faz o ladrão, mas, o gesto de se apropriar daquilo que não lhe pertença, independentemente de seu valor.
Vale lembrar, ainda, que a pessoa com coragem (ou covardia) para roubar R$ 600,00 também roubaria R$ 6 mil, R$ 6 milhões ou qual fosse o valor ao qual tenha acesso e só não o faz por lhe faltarem as oportunidades. A prática da rapina não está relacionada com o valor, mas com a índole de seu autor, afinal, o pequeno valor não o torna menos ladrão de quem se apropria de milhões.
Só Deus, em quem creio, é suficientemente capaz de dizer o quanto eu desejaria estar errado!... Como seria bom viver em um país onde as leis fossem poucas, e as cadeias estivessem vazias, pois a honestidade praticada por todos as tornariam desnecessárias.
Ah!... Como seria maravilhoso se o Brasil estendesse todo o seu potencial de prosperidade, de desenvolvimento e de riqueza a todos os seus cidadãos. E que os cidadãos se empenhassem em cumprir seus deveres com a mesma intensidade com que buscam os seus direitos.
Porém, isso não passa de um devaneio!... É sonhar com utopia!
Afinal de contas, como eu lhe mostrei, o Brasil é um país de ladrões!
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