Zé Caratinga - 14 de Abril
Combustíveis
Nem mesmo a pandemia do Covid-19
consegue fazer com que os postos de abastecimento de combustível de Caratinga
passem a cobrar preços mais próximos da realidade. Os proprietários dos postos
locais continuam praticando o sistema de “preços combinados”, também conhecido
por “cartel”. Enquanto o menor preço cobrado por gasolina em Caratinga é de R$
4,46 o litro, na vizinha cidade de Ipanema, o produto é comercializado a R$
3,99. Já o etanol, que em Caratinga é vendido a R$ 3,17, em Ipanema custa R$
2,95 o litro. ( Nas fotos: Enquanto aqui a gasolina é vendida a R$ 4,46,na vizinha cidade de Ipanema a gasolina está sendo vendida a R$ 3,99)
O Ministério Público da Comarca
de Caratinga e o Procon local precisariam abrir processo de investigação junto
aos supermercados locais que estão se valendo do pânico causado pela pandemia
do Covid-19 para aumentar de forma oportunista e abusiva os preços de gêneros
de primeira necessidade, incluindo os preços de arroz e óleo de soja, afinal de
contas, o Ministério Público conta com uma promotoria responsável pela defesa
dos direitos do consumidor, que é o único motivo da existência do Procon.
O Ministério Público e o pessoal
do Procon na fiscalização dos supermercados que estão praticando preços abusivos,
deveriam exigir que os estabelecimentos comprovem motivos justificáveis para
que, coincidentemente no período da pandemia do Coronavírus, estarem aumentando
os preços de produtos da cesta básica. Caso os aumentos estejam ocorrendo nos
fornecedores, cabe uma ação contra os distribuidores. O que os órgãos
fiscalizadores não podem permitir é que a população continue sendo explorada.
Aglomeração
Em tempo de combate à aglomeração
de pessoas, desde a semana passada, as calçadas do centro de Caratinga têm sido
tomadas por enormes filas, formadas por pessoas que comparecem às agências
bancárias, especialmente a da Caixa Econômica Federal, lotéricas e correspondentes
bancários para receber aposentadoria, salários, pensões, bolsa família e os R$
600,00 do auxílio emergencial concedido pelo Governo Federal. Mais uma vez, os
bancos não tomaram medidas para organizar o fluxo de pessoas e, se o Covid-19
estiver circulando pela cidade, certamente, fará uma festa.
No meio dessa guerra instalada
pela pandemia, em Caratinga, parece que os bares foram escolhidos como os
grandes vilões, disseminadores do Covid-19, afinal de contas, todos os demais
estabelecimentos comerciais de venda ao varejo estão funcionando, obedecidas
algumas restrições. O que as autoridades ainda não perceberam é que os donos de
bares também pagam aluguel, salários de funcionários, fornecedores, água e luz
e precisam sustentar suas famílias com o lucro do negócio. Em Caratinga onde,
até agora, não existe sequer um caso confirmado de contaminação de Covid-19, as
autoridades poderiam liberar o funcionamento dos bares, estabelecendo critérios
de restrições e distanciamento entre os clientes.
A situação imposta pela pandemia
do Coivid-19, mesmo com o funcionamento parcial do comércio, irá causar forte
impacto em pequenas empresas e lojas de Caratinga, devido à acentuada queda nas
vendas. Os altos preços dos alugueis e as demais despesas para a manutenção dos
negócios irá levar muitas empresas a encerrarem suas atividades. Com isso,
lamentavelmente, voltaremos a assistir a reabertura da temporada de placas de “vende-se
e aluga-se” ocorrida em nossa cidade em um passado recente.
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