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escolas criam projetos de consciência climática

Alunos da capital, interior e litoral do estado têm desenvolvido projetos para preservação ambiental

Nesta quarta-feira (5) foram celebrados o Dia Mundial do Meio Ambiente, Dia da Ecologia e Dia Nacional da Reciclagem. Nas escolas da rede estadual de ensino, os alunos e professores se envolvem anualmente no desenvolvimento de atividades que destacam a importância de preservar a natureza e, cada vez mais, as mudanças climáticas têm sido abordadas dentro e fora de sala de aula.

De diferentes formas e diante da realidade de cada escola estadual e suas localidades, estudantes de unidades na capital, interior e litoral do estado têm desenvolvido projetos de preservação e protótipos que podem favorecer a sociedade no combate à crise climática.

Entre a criação de uma agrofloresta em uma escola da zona sul da capital, um sensor de encostas contra deslizamentos e a recuperação de um córrego, conheça algumas iniciativas de professores e estudantes da rede estadual de ensino.

Agrofloresta, 1,6 mil árvores e frutas na capital

Desde o ano passado, alunos da Escola Estadual Professor Andronico de Mello, na zona sul da capital, são responsáveis pela criação de uma agrofloresta no terreno da escola, em um espaço antes utilizado para depósito de lixo.

Nas aulas práticas de biologia, os alunos limparam todo o local e aprenderam sobre solo e compostagem antes do preparo dos canteiros. Aulas sobre produção e manejo de mudas também fazem parte do cronograma do projeto de agrofloresta.

Em outro canto da cidade, alunos de 16 escolas estaduais localizadas na zona leste, em Cidade Tiradentes, Cohab José Bonifácio, São Mateus e São Rafael plantaram e cuidam, desde o ano passado, de 1.600 mudas de árvores no projeto “Mini Florestas”, uma ação da Diretoria Regional de Leste 3 em parceria com o Coletivo Compô e Instituto UmaPaz.

No total, 12 mil estudantes serão beneficiados com o projeto com foco nas escolas localizadas em regiões de vulnerabilidade social, econômica e ambiental. Cada uma das 16 escolas envolvidas receberá 100 mudas de árvores, de espécies como pau-viola, angico-vermelho, araçá-do-mato, araçá-vermelho, grumixama e guabiroba-amarela.

O projeto seguirá pelos próximos cinco anos, com apoio das instituições, para que os estudantes façam a manutenção das mudas e espaços das mini florestas. Um novo plantio está previsto para este ano.

Ainda na capital, a Escola Estadual Professor Victor Oliva envolve na quarta-feira (5) todas as crianças do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental para o plantio de mudas de árvores frutíferas, como acerola, laranja, carambola, pitanga e mexerica. A ação acontece no espaço da horta da escola. Os professores também abordarão com os pequenos a importância de conhecer a origem dos alimentos e o cuidado com a terra. Todos eles receberão, ainda, uma sacola ecológica e um canudo de bambu ao final da festividade.

A ação coroa o trabalho interdisciplinar desenvolvido pelos professores em sala de aula com o objetivo de formar alunos conscientes sobre a urgência da preservação ambiental, além da conexão com o Dia Mundial da Segurança dos Alimentos, neste dia 7 de junho.

Abelhas, composteira e sabão ecológico no interior

A Escola Estadual Professora Alzira Valle Rolemberg está no centro de um projeto socioambiental de resgate do córrego Piedadinha, na cidade de São José do Rio Preto.

Desde junho de 2022, quando o projeto teve início, com a professora de geografia Sandra Zanatta, a escola já fez o plantio de 600 mudas de espécies nativas do cerrado e da mata atlântica e prefeitura da cidade asfaltou a rua em frente à nascente, construiu uma pista de corrida e ciclismo no entorno, fez a limpeza do córrego e implementou um muro de gabião, que possibilita a drenagem do solo.

Nesta semana, o Córrego Piedadinha é assunto principal das ações de meio ambiente da escola. Na quarta-feira (5), os estudantes tiveram uma palestra sobre a importância das abelhas no ecossistema e o risco que a crise climática traz a esses insetos. Nesta quinta (6), eles vão instalar colmeias de abelhas Jataí — uma abelha sem ferrão — nas margens do córrego com apoio do projeto Melibilcem, o meliponário do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (Ibilce) da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de São José do Rio Preto, a partir das 14h30.

Para encerrar a semana, os estudantes e a professora seguem com a campanha “Salve o Piedadinha” e organizam uma ação educativa de limpeza de resíduos sólidos nas margens do córrego, a partir das 9h.

Na cidade de Bauru, na Escola Estadual Professora Ada Cariani Avalone — unidade que atende aos três níveis de ensino — foram as crianças que deram o primeiro passo para um projeto que tem transformado a escola. A unidade com 700 alunos matriculados e três refeições diárias envolveu os estudantes na discussão sobre descarte de lixo e desperdício de comida.

A partir daí, surgiu a proposta da criação de uma composteira coletiva, criada e organizada por 250 estudantes dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Para a composteira, as crianças envolveram os pais, definiram junto com a direção escolar colocar um lixo comum no meio do pátio para o descarte exclusivo de frutas e cascas, que vão direto para a composteira, e passaram a cuidar dos jardins da escola e de novas espécies plantadas no espaço por eles com o adubo “cultivado” na composteira.

Segundo a diretora da unidade, a professora Marta Lúcia Crepaldi Munhoz, foram os estudantes pequenos que inspiraram os adolescentes do Ensino Médio, que agora organizam a retomada da horta na escola.

Em Olímpia, é um projeto de sabão ecológico que movimenta os dias da escola. Estudantes da 2ª série do Ensino Médio da Escola Estadual Dona Anita Costa têm se dedicado à produção artesanal de sabão por meio da coleta de óleo vegetal saturado. A ação envolve todos os estudantes da escola, além de professores e a comunidade local, que contribuíram ativamente na coleta dos resíduos ao longo do primeiro semestre deste ano. O sabão produzido pelos estudantes será distribuído na próxima reunião de pais e mestres, marcada para a segunda quinzena deste mês de junho.

Sensor contra deslizamentos e condensador de água no litoral

No Guarujá, a Escola Estadual Marcílio Dias desenvolve protótipos de olhos nas chuvas e na escassez de água. A partir das aulas de robótica, os estudantes criaram um projeto de monitoramento de encostas, com o intuito de avisar os moradores sobre os riscos de deslizamento de terra.

Na mesma unidade de ensino, estudantes também desenvolveram um projeto de condensador de garrafas pet. O projeto foi pensado de olho em comunidades que sofrem com falta de água. Por meio da transformação de água no estado gasoso — coletada de madrugada por meio do ar frio e depois em contato com temperatura mais alta durante o dia — em estado líquido. No projeto, o condensador criado de materiais recicláveis tem 15 litros e é colocado na área externa da escola para as coletas durante a madrugada. A ação integra uma parceria da unidade com o Instituto Voz dos Oceanos, uma iniciativa de combate à poluição plástica em oceanos, rios e manguezais.

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